Poucos contos e alguns trocados.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Último livro de 2014: O Chanceler de Ferro do Antigo Egito, de J.W. Rochester


Resenha: O Chanceler de Ferro do Antigo Egito, de J.W. Rochester, psicografado por Vera Kryzhanovskaia.


Esse livro estava de boa na minha estante (pertence ao meu papi, na verdade) e, um belo dia, estando eu sem nada pra fazer, peguei pra ler.

Ele conta a história do José, filho do patriarca Jacó com a sua esposa preferida (Jacó foi o cara que serviu o sogro por 7 anos para poder se casar com a Raquel, mas o sogro deu a outra filha, Lia. Então, Jacó serviu mais 7 anos pra se casar com a primeira, a sua eleita.

José foi o único filho da Raquel e, portanto, era seu filho favorito. Os irmãos, loucos de inveja, venderam ele pra um sujeito que o levou ao Egito. Chegando lá, ele interpretou  o sonho do Faraó e acabou virando seu favorito (do Faraó). Essa era a história que eu conhecia.

O livro em questão mostra um José orgulhoso e mala, além de feiticeiro (!). Exatamente. Enquanto ainda estava na tribo do seu pai, ele foi aprendiz de um sujeito chamado Schebna, que ensinou coisas como prever o futuro, interpretar sonhos, fazer venenos e antídotos e outras coisas. Schebna também previu um futuro glorioso pro Zé, em que ele seria rebaixado e depois ia encontrar a glória em uma grande civilização.

Ao ser vendido como escravo pelos irmãos, o José não se desesperou, pois conhecia a previsão do mestre, e começou a arquitetar planos para atingir o topo previsto. E aqui vem a parte que me surpreendeu: o sujeito era daqueles cujos fins justificam os meios! Ele enfeitiçou uma moça para aceitar o pedido de casamento de Putifar, o cara que comprou ele. Ela aceitou, mas acabou se apaixonando pelo Zé, que resolveu matar o Putifar, esperando que a moça se casasse com ele, que ficaria rico.

Só pensem! O plano dá errado e o Zé vai parar na cadeia, de onde sai ao interpretar o sonho do Faraó (aquele sobre os sete anos de fartura e sete de fome no Egito, como tem na Bíblia). E aí ele vira o favorito do Faraó, seu chanceler, e, na prática, o governador do Egito. Like a boss!

Então, negada. A história é muito foda, com muitas idas e vindas, sacerdotes, magos e revoltas. Sim, galera, tem um punhado de gente que sabe fazer magia no livro, e, inclusive, em duas oportunidades, o deus Rá se materializa pra conversar com os personagens. (!!!) Eu não li como registro de verdade, como muita gente normalmente faz com livros psicografados, até porque minha mente não consegue conceber como real surgir uma cobra do nada (sim, isso acontece).

Ah, e, falando em Cobra, em duas oportunidades o José luta com uma gigantesca cobra por seus poderes (!!!!!!) e vence! O seu prêmio é um talismã, uma pedra que possui o poder de fazer antídotos e ajudar nas previsões do futuro. Uma das utilidades da pedra mágica pode ser vista aqui:



E agora, um pequeno resumo das minhas impressões:

Gostei:

1. o livro não faz os judeus de coitados (EXATAMENTE! Isso é tão raro que né)
2. ninguém é 100% bonzinho nem 100% mau, nem mesmo a coitada da Asnath, esposa do José que apanhou (figurativamente) tanto dele quanto da classe dos sacerdotes, inimiga dele e aliada do pai dela 
3. Tem um monte de homens maravilhosos (lindos)
4. Magia! Eu adoro isso.
5. Explicações sobre a cultura egípcia, inclusive citando livros de egiptólogos.

6. Alguns quadros reproduzidos:
 Não gostei:

1. linguagem sem nenhuma preocupação estética. Isso não é um livro literário. Tem horas que fica difícil entender o que aconteceu por causa da linguagem.
2. Eles descrevem algum defeito do José e põem "como é próprio da raça semita". Aposto que Hitler pensava assim, galera.


O livro é legal, leiam porque vale a pena.

P.s.: pretendo ler a continuação, sobre o Moisés, e a parte da Bíblia que narra a mesma história.

Um comentário:

  1. Quando o pai tava lendo esse livro fiquei com muita vontade de ler também, e essa resenha me reavivou essa vontade, hehe. Apesar de você ter dado spoilers! Isso não se faz! hehuae
    Eu curto muito culturas antigas, principalmente a egípcia, árabe e inca. Porém é muito difícil encontrar informações por aí. Um livro ambientado é uma boa pedida, hehe.
    Beijão!

    http://sabado-chuvoso.blogspot.com.br/

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